Preocupações como as ligadas ao ar condicionado também estão inclusas nas contas de energia.
O panorama da situação elétrica do país está para mudar. Já a partir de janeiro de 2018, os consumidores de baixa tensão, por exemplo, poderão aderir à tarifa branca nas contas de luz, uma nova opção anunciada pela Agência Nacional de Energia Elétrica.
Além disso, quando se fala da época mais quente do ano, preocupações como as ligadas ao ar condicionado também estão inclusas nas contas, e as mudanças para eficiência energética dos equipamentos já estão começando a entrar em voga.
O caso é que mudanças precisam ser feitas, estão sendo discutidas por órgãos e governo constantemente, e serão aplicadas por uma necessidade real do país. Algo que denota bem essa situação é que em 2017 não houve racionamento de energia, por exemplo, não porque os sistemas de produção estavam 100%, mas muito porque o consumo de energia caiu, e isso por culpa da retração econômica.
Talvez a maioria se lembre bem de 2001 quando houve um racionamento sério, ou mesmo de anos mais próximos, onde sobretudo no começo do ano os níveis das represas eram anunciados diariamente, várias vezes ao dia. Contudo, foi em 2001 que começou uma busca por diversificar a matriz energética e expandir as linhas de transmissão. No entanto, ainda dependemos muito da energia hídrica. O volume de chuvas entre dezembro e abril é que geralmente determina a retomada de produção e consumo para 2018.
De toda a energia elétrica produzida no Brasil, hoje, entre 60% e 70% vem de hidrelétricas, o que já diminuiu muito dos 95% de alguns anos atrás. Existem investimentos em termelétricas, energia nuclear e fontes alternativas, como eólica, biomassa e solar que suprem o restante, e elas já tomam mais responsabilidade hoje em dia.
Nesse cenário, o profissional que projeta instalações – como as de ar condicionado, por exemplo, que consome muita energia, é muito usado no período em que estamos – é fundamental. É necessário possuir qualificação, se renovar assim como normas e tecnologias. É preciso ser especialista de verdade. Quando se tem um profissional que atende a essas demandas, cuidando de um projeto, o consumidor pode ter certeza de que está fazendo o máximo pelo seu bolso, pelo meio ambiente (já que o consumo de energia impacta a natureza) e pelo futuro.
Profissionais da área estão sempre ligados a discussões do tipo para evitar a falta no presente e no futuro. A gestão da energia é um assunto que deveria preocupar profissionais de todas as áreas que demandam seu uso (basicamente todos), pois já não trabalhamos sem uso de tecnologias elétricas, e é preciso levar em conta o consumo, na fabricação de novos produtos, na normatização e na eficiência na hora de operar os equipamentos.
Cito o ar condicionado, por ser minha área de expertise, mas o cuidado com a energia é fundamental no cenário atual. Não é só pela economia gerada. O preço está diretamente ligado ao quanto de energia se possui, e em momentos em que ela falta, em que ocorrem apagões, por exemplo, todos sofrem com muito mais problemas do que a conta a se pagar. É preciso investir, não só na diversificação das matrizes, mas sobretudo no equipamento e seu consumo.
Texto: Plínio Ely Milano – palestrante de eventos realizados pelo Departamento Nacional de Projetistas e Consultores-Abrava.
Fonte: O Debate