O consumo de energia elétrica na iluminação e ar condicionado, nos edifícios comerciais ou de serviços, atinge facilmente 50% da média global, podendo chegar a 90% em alguns casos. Estima-se que o custo operacional de um edifício (R$/m2) ao longo de sua vida útil possa superar o custo de construção.
O custo da energia é um importante componente do custo total e varia em função de uma série de fatores. Ao considerar uma eventual melhoria no perfil energético de um edifício, é imprescindível que os responsáveis pelas decisões disponham de um panorama abrangente das possíveis intervenções, hierarquizando procedimentos de acordo com os potenciais de redução de consumo e demanda e com as análises de retorno dos investimentos aplicados em novas tecnologias.
Este panorama, normalmente resultante de um diagnóstico energético, não deve se restringir à análise dos índices tradicionais de utilização de energia tais como o consumo específico (kWh/m², por exemplo) mas, também, enfocar cada sistema predial e a integração dos sistemas entre si.
Dentro desta ótica, a automação predial, objetivando a conservação de energia dentre outras funções, e que antes predominava apenas em edifícios comerciais de alto padrão, agora vem se estendendo a outros tipos de edificações.
Largamente aplicável a edifícios novos, nos quais a concepção da automação é mais flexível quando do processo de definição inicial, esta tecnologia requer estudos mais detalhados para edifícios já existentes, casos em que o período de retorno dos investimentos é fundamental. Nessas situações, antes do projeto de automação, é necessária a aplicação de um diagnóstico energético ao edifício de acordo com seus sistemas. Esse estágio de ações contempla, então, a readequação tecnológica e não uma simples reforma.
A reforma pode se restringir à substituição de lâmpadas e luminárias em função da eficiência luminosa, ou à eliminação de vazamentos em dutos de ar condicionado ou em tubulações de água, por exemplo. Já a readequação incorpora tecnologias inexistentes ou incipientes à época da construção do edifício, como, por exemplo, a substituição de unidades resfriadoras e ventiladores ou intervenções mais radicais, como a alteração das características óticas (reflectâncias) e térmicas (transmissão do calor decorrente da radiação solar) de áreas envidraçadas ou mesmo a obtenção de níveis mais profundos de controle como, por exemplo, o automatismo da iluminação periférica (próxima às janelas) em função das condições instantâneas da iluminação natural.
Dependendo das características do edifício, o profissional responsável pela execução do diagnóstico energético poderá recomendar, por exemplo, um sistema central de automação. Com tal iniciativa, poderão ser adotadas medidas como a programação horária de operação dos sistemas prediais e implantados algoritmos mais sofisticados de controle, como o gerenciamento da demanda e do consumo, visando a maximização de possíveis benefícios advindos da modalidade tarifária adotada para o faturamento de energia elétrica.
Assim, com um sistema central, os responsáveis pela operação da edificação, além de detectar e/ou possibilitar a obtenção benefícios energéticos imediatos, têm condições de conhecer o comportamento do edifício a longo prazo, o que pode gerar outras economias com investimentos mínimos.