Vários municípios brasileiros estão substituindo as antigas luminárias com lâmpadas por luminárias LED.
Apesar de todos, concordarmos com as inúmeras vantagens produzidas pela substituição, o grande desconhecimento por parte das Prefeituras Municipais e das empreiteiras – que na maioria das vezes não possuem profissionais devidamente capacitados tecnicamente para ações desta magnitude – tem trazidos problemas que tende a piorar com o passar do tempo.
Vejam na figura abaixo um caso típico que venho verificando nas ruas das nossas cidades.
Aqui uma nova rua foi construída e a iluminação de LEDs instalada. Podemos perceber que o espaçamento entre postes e a altura de montagem não estão adequados e luminária de LED em si? Qual é a melhor temperatura de cor para esse tipo de luminária?
Tenho observado um grande descompasso com relação ao nível de iluminância exagerado produzido por essa substituição. Além de deixar as ruas adjacentes, que ainda não tiveram suas luminárias substituídas, mais escuras a nova iluminação vem produzindo índices alarmantes de poluição luminosa e em algumas cidades como Los Angeles e Nova Iorque. Nos Estados Unidos, os munícipes já estão em contato com as prefeituras solicitando a imediata correção dos problemas produzidos pela nova tecnologia.
Recentemente a Associação Médica Americana (ANA) divulgou um documento oficial recomendando a utilização de luminárias públicas de LEDs com temperaturas de cor de no máximo 3.000 K. De acordo com esse documento a utilização de luminárias de LED com temperaturas superiores podem representar severos problemas à saúde, danos à retina, além de impactos negativos no ciclo circadiano.
No caso dos LEDs a Associação estima que ele possui uma efetividade 5 vezes maior em suprimir a melatonina durante a noite, quando comparado com a lâmpada VSAP. E a supressão da melatonina provoca uma disfunção no ciclo circadiano e também no sono!
Atenção prefeituras, gestores, empreiteiras do ramo e profissionais da área de iluminação: precisamos estar atentos e evitar que esses problemas se espalhem ainda mais pelo Brasil.
* João Gabriel Ferreira de Almeida é engenheiro e diretor da CEILUX