Custo do investimento de implantação é uma das preocupações das empresas.
Preços diferenciados para energia elétrica serão implantados no Brasil de acordo com horário de consumo. A adoção da Tarifa Branca foi tema de debate no segundo dia de conferência da Latin American Utility Week (LAUW). As distribuidoras de energia elétrica presentes no evento discutiram quais medidas estão sendo adotadas para a implementação da nova modalidade de cobrança.
Representantes da EDP, da CEMIG e da AES Brasil avaliaram os custos e benefícios da opção a ser oferecida, em um primeiro momento, aos grandes consumidores brasileiros. “O modelo que está sendo proposto gera muitos riscos do jeito que está. Não temos previsibilidade nenhuma para a implementação e execução”, declara o gestor executivo de Engenharia e Sistemas da EDP, Denis Molica.
Para ele, entre os riscos a preocupar a empresa estão o custo de implementação que é alto e o fato de a medida não ser compulsória nem regionalizada. “Com a condição opcional, o cliente pode testar o sistema, o que é polêmico porque envolve investimento na compra de medidores e que pode ser comprometida pela desistência dos clientes”, diz Molica.
O gerente de planejamento e coordenação dos processos de proteção da receita e faturamento da distribuição da CEMIG, Ronaldo de Oliveira, concorda que “não há um sinal de preço suficiente para incentivar uma mudança de consumo, que era o da modulação”.
Oliveira elencou os pontos mais críticos para adoção da tarifa: investimento elevado às distribuidoras, perda de receita e baixa relação de preços dos pontos tarifários, gerando pouca atratividade de modulação de carga pelo consumidor. “De toda forma, optamos pela aquisição de 15 mil medidores e a partir da demonstração do comportamento do mercado vamos nos posicionar. Hoje não temos disponível o orçamento total para investir em equipamentos que atendam a nossa estimativa inicial de 100 mil potenciais usuários”.
Fonte: O Debate